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Márcia Port (“Preta”) é a primeira mulher a comandar um CTG na região

Série de reportagens que iniciamos hoje apresenta exemplo de mulheres que se destacam na comunidade pela sua atuação e liderança

O Movimento Tradicionalista Gaúcho sempre foi liderado majoritariamente por homens. Mas nos últimos anos têm sido comum a presença delas em competições campeiras como tiro de laço e no comando de CTGs. Na região, a primeira mulher a comandar uma entidade tradicionalista gaúcha foi Márcia Andrea Port, mais conhecida como Preta, que comanda o CTG Manotaço, de Gramado,  desde 2019. Antes disso ela tinha sido vice-patroa da entidade, quando ela foi dirigida pelo irmão dela, Volmir Port e depois por Eder Lahnel.
Ela passou a frequentar o ambiente tradicionalista gaúcho em 2000, quando fez o primeiro curso de danças promovido pelo professor Evair de Moura. “Fiz cursos por uns 10 anos”, comenta Márcia, que não tinha até então qualquer aproximação com o tradicionalismo. “Gostava da música gaúcha”, afirmou ela.
Márcia passou a ter uma maior relação com o CTG Manotaço durante a patronagem de Ismail Lira, que a convidou para cuidar da secretaria da entidade, trabalho que fez voluntariamente. Ia duas a três tardes por semana na sede do CTG, no Centro da cidade. Começou a ter, então maior proximidade  e amizade com os associados e com os frequentadores. “Ali comecei a me engajar mais no CTG. Quando tinha baile da terceira idade eu ficava na porta para cobrar. Quando tinha outros eventos como rodeio eu trabalhava”, afirma Márcia. Sempre de forma voluntária. Comerciária, combinou na loja onde trabalha que sempre tiraria férias no período do rodeio, o que vem ocorrendo desde 2008. “Minhas colegas já sabem que minhas férias são sempre no rodeio”, comenta. “Me dedico os 15 dias ao máximo para ajudar lá”, frisa.
O irmão Volmir Port foi patrão de 2013 a 2017, período em que Márcia esteve bem presente na vida do CTG. “Se trabalhou muito. Fizemos o piso lá no galpão e em volta que era chão batido. Começamos a trabalhar muito para melhorar o CTG”, afirma. O envolvimento com a entidade motivou o convite para ser vice-patroa no mandato do irmão, de 2015 a 2017. “Não pensei duas vezes para aceitar”, afirma. O convite foi renovado quando Eder Lahnel assumiu a patronagem. Aceitou o desafio, continuando com o projeto de resgatar o CTG e incentivar a “participação do povo”, conforme definiu.


Patroa em 2019
Em 2019 ela foi convidada assumir a patronagem. Primeiro se assustou com o tamanho da responsabilidade, mas aceitou. Convidou o irmão para ser seu vice-patrão e formou uma equipe que ela define como muito batalhadora, de confiança e comprometida com a causa tradicionalista e com a entidade. Entre elas duas mulheres: Elaine Noel, como secretária, e Clarisse Jung, como tesoureira. “Todo mundo trabalha voluntariamente”, frisa.
Até antes da pandemia ela ia quase diariamente na sede campeira do CTG, para reuniões e atividades. Ela se orgulha de ter sido escolhida uma das Mulheres Notáveis de Gramado, em exposição fotográfica promovida pelo fotógrafo Adriano Gonçalves e Centro Municipal de Cultura.
Também foi a coordenadora da Cavalgada de Prendas de 2008, junto com Cláudia Vieira.
Ela é casada com Alex Sandro Boschetti e mãe de Eduardo, 6 anos, que já se aventura no tradicionalismo, dançando chula.

SEMANA DA MULHER – Confira amanhã a história de Vânia de Nale, a primeira mulher salva-vidas do Rio Grande do Sul.

Tags:Semana da Mulher / Pioneirismo Feminino

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